NOVOS CRITERIOS DE DUKE PARA ENDOCARDITE INFECCIOSA - 2023
Dr. Alejandro Enrique Barba Rodas. Médico Responsável Técnico e Coordenador da Unidade Coronariana da Santa Casa de São Jose dos Campos. Supervisor do Programa de Residência em Medicina Intensiva – COREME.
Recentemente a Sociedade Internacional de Doenças Infecciosas
Cardiovasculares [International
Society for
Cardiovascular Infectious Diseases (ISCVID)]
publicou uma atualização
dos Critérios de Duke para diagnóstico de Endocardite Infecciosa (EI): IE-Duke-ISCVID-2023[1]
Em 2015, a Sociedade Europeia de Cardiologia [European Society of Cardiology (ESC)] propôs mudanças nos Critérios de Duke Modificados de 2000[2].
No entanto, avanços recentes demandaram modificações adicionais aos critérios
diagnósticos formais para EI. Em 2021, a ISCVID convocou um Grupo de Trabalho
de 25 especialistas no assunto de 5 continentes e 6 subespecialidades
relacionada com EI (patologia cardiovascular, cirurgia cardiovascular, cardiologia,
radiologia, microbiologia clínica e doenças Infecciosas), para elaborar uma
atualização dos critérios diagnósticos para EI. O documento de consenso foi publicado
pelo Jornal da Oxford University em nome da Infectious
Diseases Society of América (IDSA) em 04 de maio deste ano[3].
MAS, QUAL A ORIGEM DOS “CRITÉRIOS DE DUKE”?
Os “Critérios de Duke” foram desenvolvidos em 1994 para
aprimorar o diagnóstico de EI, a partir do estudo do Dr. David Tulloch Durack
et.al., realizado entre 1985 e 1992[4].
O autor principal, David Durack, MD, é um médico especialista em doenças
infecciosas, afiliado ao Duke University Hospital (Durham, Carolina do Norte,
USA). O nome “Duke” foi dado, portanto, em homenagem ao hospital universitário
onde trabalhava o professor Durack.
Os critérios de Duke melhoraram a acurácia dos antigos
critérios de von Reyn-Beth Israel publicados em 1981[5],
e foram validados no final da década de 1990 com 11 grandes estudos que
incluíram pacientes, geográfica e clinicamente diversos incluindo adultos,
pediátricos e geriátricos; pacientes da comunidade, aqueles com e sem uso de
drogas injetáveis, pacientes com válvulas nativas e protéticas, e pacientes
tratados fora dos Estados Unidos. Mostrou alta sensibilidade (>80%) e alto
valor preditivo negativo nesses estudos.
Os Critérios de Duke foram atualizados em 2000, na revisão publicada de Jennifer S. Li et.al., passando a receber o nome de “Critérios de Duke Modificados”. Essa atualização incluiu a mudança da categoria de “EI possível” que passou a ser definida com pelo menos 1 critério maior e 1 critério menor ou 3 critérios menores. O critério menor “ecocardiograma consistente com EI, mas não preenchendo o critério maior” foi eliminado, dado o uso generalizado da ecocardiografia transesofágica (ETE). A bacteremia por Staphylococcus aureus passou a ser considerada um critério maior, independentemente de a infecção ser adquirida nosocomialmente ou uma fonte removível de infecção estar presente. A sorologia positiva para febre Q foi alterada para um critério maior[6].
No atual Consenso de 2023, embora o Grupo de Trabalho
(Working Group) foi capitaneado pelo Dr. Vance Garrison Fowler, médico
especialista em doenças infecciosas, Professor de medicina, de Genética
Molecular e Microbiologia e membro do Duke Clinical Research Institute; também
contou com a participação do Dr. David Tulloch Durack, ambos representando à Duke
University Hospital (Durham, Carolina do Norte, USA).
O DIAGNÓSTICO DE ENDOCARDITE INFECCIOSA SEGUE AGORA O SEGUINTE ROTEIRO DE AVALIAÇÃO:
1. INVESTIGAÇÃO DE CRITÉRIOS: 2 categorias
Ø PATOLÓGICOS: 2 subcategorias:
·
Identificação
microbiológica de agente causadores de EI ativa
· Identificação histopatológica de agente causadores de EI ativa
Ø CLÍNICOS: 2 subcategorias:
·
CRITÉRIOS MAIORES: 3 subcategorias:
§ Microbiológica
§ De imagem
§ Cirúrgica
·
CRITÉRIOS MENORES: 7 subcategorias:
§ fatores predisponentes
§ febre
§ fenômenos vasculares
§ fenômenos imunológicos
§ microbiológica
§ exame físico
§ análise de imagem.
2. COM BASE NA PRESENÇA DE CRITÉRIOS A E.I. SERA DEFINIDA COMO: 3 categorias:
Ø ENDOCARDITE DEFINIDA
· 1
dos 2 critérios patológicos (microbiológico ou histopatológico) + 2 critérios clínicos
maiores
·
1
dos 2 critérios patológicos (microbiológico ou histopatológico) + 1 critério clínico
maior e 3 critérios clínicos menores
· 1 dos 2 critérios microbiológicos /patológicos + 5 critérios clínicos menores
Ø ENDOCARDITE POSSÍVEL:
·
1
critério clínico maior e 1 menor
·
3
critérios clínicos menores.
Nestes casos, se sugere maior
investigação.
Ø ENDOCARDITE DESCARTADA:
·
Outro
diagnóstico alternativo microbiológico ou não microbiológico explica de forma
consistente o quadro clínico. Para descartar a EI devido a um diagnóstico
microbiológico alternativo consistente, todos os itens a seguir
devem ser cumpridos: a) fonte identificável de infecção da corrente sanguínea
com um patógeno de EI atípico; b) resolução rápida da infecção da corrente sanguínea
e; c) ausência de evidência de EI em exames de imagem cardíaca. A EI também pode ser rejeitada com um diagnóstico
não microbiológico alternativo consistente (por exemplo, endocardite
marântica ou estéril) e nenhuma evidência microbiológica para EI.
·
Na ausência de recorrência com antibioticoterapia < 4 dias.
A endocardite infecciosa
recorrente (EI) é uma complicação temida que está associada ao aumento da
mortalidade. Apesar das terapias atuais e medidas profiláticas para prevenir
novos episódios de EI, cerca de 5-10% dos pacientes eventualmente desenvolvem
esta condição. Os episódios recorrentes de EI são classificados como recaída
ou reinfecção, dependendo da etiologia e patogênese. A falta de erradicação
da infecção na válvula ou tecido adjacente pode ser a causa da recidiva da EI.
Por outro lado, a reinfecção está associada a novos episódios de bacteremia em
pacientes, onde também pode estar presente uma condição predisponente para o
desenvolvimento de EI. Os episódios de recorrência de EI causados por um
microrganismo diferente do anterior são geralmente considerados como
reinfecções. Por outro lado, quando o novo episódio é causado pela mesma
espécie, há uma tendência a considerá-lo uma recaída. De acordo com estudos de
biologia molecular, a probabilidade de a mesma cepa causar uma recaída é maior
se a EI recorrente ocorrer durante os primeiros seis meses após o episódio
inicial[7].
·
Na
ausência de identificações macroscópicas cirúrgicas (ou na autópsia), com
antibioticoterapia < 4 dias.
·
Paciente
não se enquadra nos critérios de doença definida ou possível.
RACIONAL DOS NOVOS CRITÉRIOS DE DUKE:
CRITÉRIOS PATOLÓGICOS: Refere-se à identificação microbiológica do
microrganismo.
a) Identificação
microbiológica de agente causadores de EI ativa
b) Identificação histopatológica de patógenos causadores de EI
ativa.
A EI ativa, pode ser aguda ou subaguda. Endocardite aguda, se
refere a uma condição com início abrupto, com foco infeccioso recente ou atual,
com presença de febre alta, com manchas de Janeway, toxemia grave, e óbito (se
não tratada) em até 6 semanas. Endocardite
subaguda se refere a uma condição arrastada, sem foco infeccioso recente o
atual, sem machas de Janeway, presença de febre baixa, sudorese intermitente,
perda de peso e óbito (se não tratada) em > 6 semanas.
EI AGUDA |
EI SUBAGUDA |
|
Tempo de doença |
< 6 semanas |
> 6 semanas |
Bacteremia transitória |
Não |
Sim |
Foco infeccioso atual ou recente |
Sim |
Não |
Cardiopatia prévia |
Sim ou não |
Sim |
Nódulos de Osler |
Sim ou não |
Sim |
Manchas de Janeway |
Sim |
Não |
Apresentação clínica |
Toxemia |
Apresentação insidiosa |
Endocardite ativa, abrange vegetações, destruição de folhetos
ou tecido adjacente de válvulas nativas ou protéticas mostrando graus variáveis
de infiltrados de células inflamatórias e cicatrização. Muitos espécimes
demonstram características mistas. Na endocardite aguda, as vegetações ou
lesões do tecido cardíaco/aórtico de válvulas nativas ou protéticas mostram
inflamação ativa sem cicatrização significativa ou alteração organizacional. Na
endocardite subaguda/crônica, as vegetações ou lesões do tecido
cardíaco/aórtico de válvulas nativas ou protéticas demonstram evidências de
cicatrização ou tentativa de cicatrização: tecido de granulação em
amadurecimento e fibrose mostrando infiltração variável de células
mononucleares e/ou calcificação. A calcificação pode ocorrer rapidamente em
tecidos e vegetações lesionados, ou fazer parte da doença valvular subjacente
que foi o foco original da EI.
Os Critérios Patológicos para EI Definitiva nos Critérios de
Duke Modificados basearam-se na identificação de microrganismos ou evidência histopatológica
de EI ativa em espécimes operatórios ou post-mortem. A identificação
pode ser feita por cultura, coloração, técnicas imunológicas, PCR ou outros
testes baseados em ácidos nucleicos, incluindo sequenciamento de amplicon (16S,
18S, espaçadores internos transcritos), sequenciamento metagenômico (shotgun)
ou hibridização in situ em tecido fresco ou fixado em parafina. Técnicas
moleculares e coloração tecidual (coloração de Gram, ácido periódico de Schiff
com diastase [PASD], Grocott ou colorações de prata como Warthin-Starry,
Steiner ou Dieterle) devem ser interpretadas com cautela, particularmente em
pacientes com episódio anterior de EI, pois tais os testes podem permanecer
positivos por longos períodos após o tratamento bem-sucedido. A terapia com
antibióticos antes da obtenção de tecidos também pode alterar
significativamente a morfologia do microrganismo e as características de
coloração. A especificidade do teste é influenciada por vários fatores e falsos
positivos podem ocorrer. A interpretação do teste deve estar sempre no contexto
da evidência clínica e histológica de endocardite ativa. Um único achado de uma
bactéria de pele por RCP em uma válvula ou fio sem evidências clínicas ou
microbiológicas adicionais deve ser considerado como Critério Menor e não EI
Definitivo.
Os Critérios Duke-ISCVID IE de 2023 estendem o critério
patológico, incorporando técnicas recentes de genética molecular e de tecidos
pelas quais os microrganismos etiológicos podem ser detectados. Uma variedade
de testes laboratoriais mais recentes, incluindo o sequenciamento genético “Amplicon”
usando Reação em Cadeia da Polimerase (RCP) dos genes que codificam as
subunidades 16S e 18S do RNA ribosomal (16S/18S rRNA PCR), novas técnicas de
sequenciamento como o shotgun (sequenciamento metagenômico) e a hibridização fluorescente
in situ, podem aumentar a capacidade de diagnosticar a EI. Por exemplo, a hibridização fluorescente in situ
combinada com PCR/sequenciamento (FISHseq) na análise de válvulas cardíacas
protéticas infectadas demonstrou um aumento de 30% na detecção/esclarecimento
de microrganismos causadores em culturas de sangue e válvulas de rotina. A
investigação pode ser feita em materiais como tecido cardíaco, válvula
protética retirada ou anel de sutura, enxerto de aorta ascendente, de um Dispositivo
Cardiovascular Eletrônico Implantável (DCEI) endovascular (MP, CDI ou
ressincronizador) ou de uma embolia arterial.
CRITÉRIOS CLÍNICOS MAIORES:
1. Microbiológicos.
Se refere a identificação de microrganismos “típicos” ou “atípicos”.
Nos Critérios Duke-ISCVID 2023, um
microrganismo "típico" não traduz necessariamente uma causa frequente
de EI, mas que sua identificação está fortemente associada à EI. Por outro lado, um microrganismo “atípico”
está associado a baixo risco de EI.
A lista desses germes “típicos” conhecidos inclui:
·
Staphylococcus
aureus
·
Staphylococcus
lugdunensis
·
Enterococcus
faecalis
·
Todas
as espécies estreptocócicas (exceto S. pneumoniae e S. pyogenes)
·
Granulicatella e Abiotrophia spp.
·
Gemella spp.
·
Microrganismos
do grupo HACEK (espécies Haemophilus, Aggregatibacter actinomycetemcomitans,
Cardiobacterium hominis, Eikenella corrodens e Kingella kingae).
No cenário de material protético intracardíaco, as
seguintes bactérias adicionais devem ser incluídas como patógenos “típicos”:
·
Estafilococos
coagulase negativa
·
Corynebacterium
striatum e C. jeikeium
·
Serratia
marcescens
·
Pseudomonas
aeruginosa
·
Cutibacterium
acnes
·
Micobactérias
não tuberculosas (especialmente M. chimaerae)
·
Cândida
spp.
Bactérias adicionais foram incluídas no grupo de "microrganismos
típicos" concordante com dados epidemiológicos recentes. Com base em um recente estudo de coorte de
mais de 6.500 casos de bacteremia estreptocócica, todas as espécies de
estreptococos, exceto Streptococcus pneumoniae e Streptococcus pyogenes, são
agora reconhecidas como patógenos típicos de EI. Staphylococcus lugdunensis foi adicionado
devido ao alto risco de EI em pacientes com bacteremia. Enterococcus faecalis foi adicionado como um
patógeno típico, independentemente da fonte primária e contexto clínico da
infecção, com base em descobertas recentes de que tal designação aumentou a
sensibilidade do diagnóstico de EI de 70% para 96% sem perder a
especificidade. Várias "bactérias
semelhantes a estreptococos", incluindo as espécies Granulicatella e
Abiotrophia (anteriormente incluídas como "cepas variantes
nutricionalmente") e as espécies Gemella foram identificadas como
patógenos típicos de EI com base no risco relativamente alto de EI em pacientes
com bacteremia devido a esses patógenos.
Os enterococos não fecalis foram omitidos como organismos típicos devido
à sua raridade como causa de EI.
Finalmente, o Grupo de Trabalho do ISCVID concordou que o contexto
clínico em que ocorreu um episódio de bacteremia influenciou a consideração de
quais bactérias devem ser consideradas patógenos “típicos” da EI. Assim, as seguintes bactérias adicionais
devem ser incluídas como patógenos “típicos” no cenário de material protético
intracardíaco: estafilococos coagulase negativa, Corynebacterium striatum e C.
jeikeium, Serratia marcescens e Pseudomonas aeruginosa, Cutibacterium acnes,
micobactérias não tuberculosas, (especialmente M. chimaerae) e espécies de Cândida.
Hemoculturas. Nos Critérios Duke ISCVID de 2023, microrganismos
“típicos” isolados em ≥2 conjuntos separados de hemoculturas (cada conjunto consistindo em um
frasco aeróbico e um anaeróbico) constituem um Critério Maior Microbiológico. Por outro lado, microrganismos “atípicos”
que ocasionalmente ou raramente causam EI devem ser isolados em ≥3 conjuntos de hemoculturas separadas para constituir um Critério Maior
Microbiológico. Em resposta à mudança na
prática clínica e uma melhor compreensão da patogênese da infecção
endovascular, o consenso de especialistas do Grupo de Trabalho do ISCVID foi de
que requisitos complexos para hemoculturas especificando o momento e a
necessidade de punções venosas separadas devem ser descontinuados. Para adultos com suspeita de bacteremia, pelo
menos 2 conjuntos de hemocultura devem ser obtidos. Embora as recomendações de melhores práticas
endossem punção venosa separada para cada hemocultura sempre que possível, ela
não é mais exigida pelos Critérios de Duke.
Os pacientes só devem ser considerados como portadores de EI
polimicrobiana se os critérios para EI Definitiva forem atendidos e
mais de um patógeno da corrente sanguínea preencher o Critério Maior Microbiológico. Se apenas um patógeno da corrente sanguínea
atender ao Critério Maior Microbiológico, então a EI é atribuída exclusivamente
a esse organismo predominante. EI.
Testes microbiológicos adicionais. O Grupo de Trabalho do ISCVID
identificou testes microbiológicos adicionais que podem constituir um
Critério Maior Microbiológico, especialmente quando as hemoculturas
convencionais não conseguem identificar um patógeno causador. As hemoculturas continuam sendo o
padrão-ouro para o diagnóstico e guia terapêutica. Ainda, a Endocardite Infecciosa com
Hemocultura Negativa (EIHN) ocorre em aproximadamente 10% dos casos de EI
em locais com recursos adequados. A EIHN é mais comumente devida a bactérias
cujo crescimento em hemoculturas é inibido por antibióticos previamente em uso
ou a microrganismos que não são isolados por técnicas de cultura de rotina (por
exemplo, Coxiella burnetii ou espécies de Bartonella). Outras causas pertinentes de EIHN
“inicialmente” são microrganismos que crescem lentamente no laboratório de
microbiologia e/ou requerem meios especiais para cultivo (por exemplo,
Brucella; Tropheryma whipplei; Legionella; fungos; Abiotrophia,
Granulicatella). Nos Critérios de Duke
Modificados, sorologia IgG contra antígeno de fase I > 1:800 para C.
burnetii consta como um Critério Maior com base na extensa experiência em casos
confirmados de EI de Febre Q. Na revisão
atual, o Grupo de Trabalho ISCVID amplia a sorologia IgM e IgG ≥ 1:800 por Imunofluorescência Indireta (IFI) para Bartonella
quintana ou Bartonella henselae como Critério Maior com base em pesquisas
epidemiológicas, sorológicas e clínicas recentes de casos confirmados de EI por
Bartonella. Finalmente, a identificação
de Coxiella Burnetii, espécies de Bartonella ou Tropheryma whipplei por Reação
em Cadeia da Polimerase (RCP) ou outras técnicas baseadas em ácidos nucleicos a
partir do sangue foi adicionada como um novo Critério Maior. Duas técnicas mais recentes, “amplicon” e “sequenciamento
metagenômico” (“shotgun”), são cada vez mais usadas para identificar a
etiologia do EIHN. A sensibilidade e
especificidade desses ensaios foram verificadas pela adição de amostras de
plasma com microrganismos conhecidos, e sua utilidade foi demonstrada em
pequenas coortes com bacteremia e EI.
Uma grande vantagem do sequenciamento de amplicon ou metagenômica é o
rápido tempo de resposta, geralmente produzindo resultados em 24-48 horas após
o início de um ensaio; mas uma grande desvantagem é o alto custo. Embora a utilidade do sequenciamento por
amplicon ou metagenômica em pacientes com EIHN precise ser mais bem avaliada, o
Grupo de Trabalho do ISCVID acredita que um resultado positivo para C.
burnetii, espécies de Bartonella ou T. whipplei de um amplicon ou
plataforma de sequenciamento metagenômico deve constituir um Critério Maior,
comparável a imunoensaios ou PCR.
Amplicon ou sequenciamento metagenômico tem problemas não resolvidos
para o diagnóstico de outras causas de EIHN, incluindo a diferenciação de
"verdadeiro positivo" de "contaminação" e EI de outras
causas de bacteremia. Portanto,
resultados positivos de amplicon sérico ou de sequenciamento metagenômico para
organismos diferentes das bactérias C. burnetii, Bartonella e T. whipplei
devem ser considerados como um Critério Menor, aguardando dados
adicionais.
2. De Imagem.
Apesar da alta sensibilidade e especificidade da Ecocardiografia
Transesofágica (ETE), existem cenários clínicos desafiadores em que a
ecocardiografia pode não confirmar ou excluir o diagnóstico de EI. Nesses casos, e em todos os casos de EI em
pacientes com implantes intracardíacos ou com suspeita de extensão paravalvar,
novas técnicas diagnósticas podem ajudar a confirmar o diagnóstico. O ISCVID Working Group adicionou a Tomografia
Computadorizada Cardíaca (TCC) como uma modalidade de imagem adicional nos
Critérios Duke-ISCVID IE de 2023. Embora a capacidade da TCC para detectar
vegetações seja menor que a da ecocardiografia, ela tem maior sensibilidade
para a detecção de lesões paravalvares devido à sua melhor resolução
espacial. Por exemplo, a TCC teve uma
sensibilidade melhor que a ETE para diagnosticar pseudoaneurisma ou abscesso
(78% vs 69%), enquanto a ETE superou a TCC na detecção de vegetações (94% vs
64%), perfuração valvular (81% vs 41%) e vazamento paravalvar (69% vs 44%). A combinação de TCC e ecocardiografia
apresentou sensibilidade superior para o diagnóstico de todas as lesões
valvulares e paravalvares em comparação com qualquer uma das modalidades
isoladamente. Como resultado, o ISCVID
Working Group considera essas duas modalidades de imagem como complementares em
pacientes com suspeita de EI. Além
disso, a TCC pode ter um complemento útil quando a ETE é contraindicada ou
quando as imagens do ETE são subótimas devido a calcificações ou implantes
intracardíacos. O Grupo de Trabalho do
ISCVID concorda que os achados de nova regurgitação valvar significativa e
deiscência de válvula protética constituem um Critério Maior, se forem
considerados novos quando comparados a estudos de imagem anteriores.
A tomografia computadorizada por emissão de pósitrons com
18F-fluorodeoxiglicose ([18F]FDG PET/CT) agora foi incluída nos critérios Duke-ISCVID IE de 2023 como
uma modalidade de imagem. ([18F]FDG PET/CT) supera as limitações diagnósticas
da ecocardiografia ao avaliar material protético, permitindo a reclassificação
de uma grande parte dos casos suspeitos de endocardite de válvula protética (EVP)
de EI “possível” para “definitiva”. Como
o papel da [18F]FDG PET/CT para descartar a EI permanece controverso, o Grupo
de Trabalho do ISCVID atualmente se concentra em seu valor preditivo positivo. Quando adicionado aos Critérios de Duke como
Critério Maior, ([18F]FDG PET/CT) melhora significativamente a identificação de
EVP definitiva em comparação com a ecocardiografia sozinha. ([18F]FDG PET/CT) tem valor especial
no diagnóstico de infecção cardíaca em pacientes com implantes cardíacos
complexos, como válvulas protéticas múltiplas, válvulas e enxertos aórticos
combinados e doença cardíaca congênita. ([18F]FDG
PET/CT) foi incluído como um Critério Maior nos critérios de diagnóstico de EI
da European Society of Cardiology (ESC) de 2015 para EVP, uma alteração que
melhorou o rendimento diagnóstico em comparação com os Critérios de Duke
modificados. Assim, a indicação atual
para ([18F]FDG PET/CT) é para pacientes com alta suspeita clínica de EVP. Padrões
intensos, focais/multifocais ou heterogêneos de captação de FDG detectados > 3 meses após o implante cirúrgico de válvula protética são
incluídos como Critério Maior pelo Grupo de Trabalho ISCVID.
Captação anormal de FDG nos Dispositivos Cardiovasculares Eletrônicos
Implantados (DCEI) tais como marcapasso definitivo, CDI ou ressincronizador, também
é considerado um Critério Maior, embora um exame negativo não possa excluir
infecção se a suspeita for alta. Em
válvulas nativas, ([18F]FDG PET/CT) é insuficientemente sensível para excluir
EI, mas tem um valor preditivo positivo muito alto. Assim, uma captação significativa e
visualmente anormal em válvulas nativas também foi incluída como Critério Maior
pelo Grupo de Trabalho ISCVID. A
preocupação de diferenciar inflamação pós-operatória de infecção < 3 meses após o implante de uma válvula protética está sendo progressivamente
superada. Consequentemente, o Grupo de
Trabalho do ISCVID inclui achados de ([18F]FDG PET/CT) durante este período
como um Critério Menor até que mais dados sobre o uso rotineiro de
PET/CT precoces estejam disponíveis.
3. Critério cirúrgico
É novo. Embora de difícil realização, a inspeção cirúrgica
deve ser realizada quando as análises de microbiologia e de imagem forem inviáveis.
A inspeção intraoperatória da patologia cardíaca por cirurgiões
cardiovasculares é inestimável em caso de suspeita de EI, particularmente se
não houver confirmação patológica ou microbiológica adicional disponível. Como resultado, o Grupo de Trabalho do ISCVID
adicionou evidência intraoperatória de EI (por exemplo, vegetações, abscesso,
destruição valvar, deiscência ou afrouxamento da válvula protética ou outra
evidência direta de EI) como um novo Critério Maior quando outros critérios
definitivos (por exemplo, imagem cardíaca, histologia ou microbiologia) de EI
não estiverem disponíveis.
CRITÉRIOS CLÍNICOS MENORES.
Novos critérios clínicos menores foram adicionados.
Fatores predisponentes. A lista de fatores predisponentes aumentou. Além do
destaque para o uso de drogas injetáveis ou doença cardiovascular prévia, a
lista de materiais utilizados em próteses cardíacas foi aumentada (por exemplo,
implante/reparo de válvula transcateter e eletrodos endovasculares de
dispositivos implantáveis), o diagnóstico prévio de EI foi incluído e a lista de defeitos cardíacos
congênitos (DCC) foi atualizada incluindo DCC cianótica (tetralogia de Fallot,
coração univentricular, transposição completa, truncus arteriosus, coração
esquerdo hipoplásico); defeitos do coxim endocárdico; defeito do Septo
ventricular; lesões do lado esquerdo (válvula aórtica bicúspide; estenose e
insuficiência aórtica, prolapso da válvula mitral, estenose e insuficiência
mitral); lesões do lado direito (anomalia de Ebstein, anomalias da válvula
pulmonar, doença congênita da válvula tricúspide); persistência do canal
arterial; e outras anomalias congênitas, com ou sem correção.
Fenômenos vasculares. O grupo de trabalho ISCVID incluiu o abscesso cerebral e o abscesso
esplênico.
Fenômenos imunológicos. O grupo de trabalho do ISCVID desenvolveu uma
definição prática de glomerulonefrite mediada por imunocomplexos (GNMIC)
dentro da categoria de fenômenos imunológicos.
A GNMIC se definiu como: 1) presença inexplicada de lesão renal aguda
(LRA) ou doença renal crônica agudizada (DRCAg) mais dois dos seguintes:
hematúria, proteinúria, cilindros celulares na inspeção do sedimento urinário
ou perturbações sorológicas (hipocomplementemia, crioglobulinemia, e/ou
presença de imunocomplexos circulantes); ou 2) biópsia renal consistente com
doença renal mediada por imunocomplexos. A LRA é definida como nova redução
inexplicável da taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) <
60mL/Min/1,73m2. A DRC agudizada se define como redução de pelo menos um nível
ordinal de função: por exemplo, de "diminuição moderada" para
"diminuição severa"; ou de "Gravemente diminuído" para
"Insuficiência renal". Faixas interpretativas para eGFR: normal: >
60 ml/min/1,73 m²; redução moderada: 30 - 59 ml/min/1,73 m2; redução severa: 15
- 29 ml/min/1,73 m2; insuficiência renal < 15 ml/min/1,73 m².
Febre. Sem alteração. Temperatura documentada superior a 38,0 graus centígrados
(100,4 graus Fahrenheit)
Microbiológicos. A análise genômica (RCP ou amplicon/metagenômica) para
identificação de patógenos típicos foi incluída, como critério menor para
organismos diferentes das bactérias C. burnetii, Bartonella e T. whipplei.
De imagem. Foi adicionada evidência por de EVP por PET/CT em < 3
meses após o implante da válvula protética.
Exame clínico, quando a ecocardiografia não está disponível, um dos
critérios menores é a ausculta de novo sopro regurgitante. Piora ou
mudança de sopro pré-existente não é suficiente.
LIMITAÇÕES
O Consenso salienta que os critérios Duke-ISCVID 2023 contêm
limitações que devem ser abordadas em versões futuras à medida que mais dados
forem disponibilizados. A exigência de 3
hemoculturas positivas para patógenos “atípicos” para atender aos Critérios Maiores
Microbiológicos pode ser problemática, pois 3 hemoculturas normalmente são
coletadas apenas quando há suspeita de EI.
A alteração simultânea de vários componentes de critérios diagnósticos
que permaneceram inalterados por mais de duas décadas também pode se tornar
problemática. Alguns dos critérios
diagnósticos recém-adicionados, como sequenciamento metagenômico ou imagens
cardíacas avançadas, provavelmente não estarão disponíveis em hospitais em ambientes
rurais ou países de baixa renda.
O QUE MUDA NA PRÁTICA NA MAIORIA DOS HOSPITAIS DO BRASIL?
Provavelmente muito pouco deverá mudar a prática do
diagnóstico de EI na maioria dos hospitais no Brasil. Isto porque percebe-se
que a maioria das mudanças trazidas pela atualização das definições de 2023 somente
são aplicáveis e viáveis em locais onde existem grande disponibilidade de
recursos para acesso a exames laboratoriais como sequenciamento genético (amplicon,
sequenciamento metagenômico) e a hibridização fluorescente in situ. Nem mesmo
testes mais comuns como RCP ou IFI são acessíveis em muitos hospitais. Mesmo
raciocínio se aplica para exames como tomografia computadorizada cardíaca ou
PET/CT. Locais com poucos recursos carecem até de ecocardiografia
transesofágica (ETE).
Assim, muito provavelmente o critério patológico continuará a
ser feito em espécimes operatórios ou post-mortem e o diagnóstico de EI
definitiva será feito baseado em critérios maiores que usem hemoculturas,
ecocardiografia transtorácica (ETT) associados a critérios menores. Em muitos
cenários nos quais o diagnóstico de EI caracterize como possível, não havendo
possibilidade de ampliar a investigação, será preferível tratar mesmo assim
devido ao risco de índice de mortalidade e recorrência.
CRITÉRIOS DE DUKE DE
ENDOCARDITE INFECCIOSA 2023 (mudanças em negrito)
CRITÉRIOS
MAIORES
A. CRITÉRIOS
MICROBIOLÓGICOS
(1) HEMOCULTURAS
POSITIVAS
* Microrganismos que comumente causam EI isolados em ≥2 conjuntos de hemocultura separadas
* Microrganismos que ocasionalmente ou raramente causam EI
isolados em ≥ 3 hemoculturas separadas
(2) TESTES
LABORATORIAIS POSITIVOS
* RCP positiva ou outra técnica baseada em estudo de ácido
nucleicos em sangue (amplicon, shotgun), para Coxiella burnetii, espécies de
Bartonella ou Tropheryma whipplei
* Hemocultura única positiva ou título de anticorpo IgG
antifase I para Coxiella burnetii > 1:800
* Imunofluorescência indireta (IFA) para detecção de
anticorpos IgM e IgG para Bartonella henselae ou Bartonella quintana com
título de IgG ≥ 1:800
B. CRITÉRIOS PRINCIPAIS
DE IMAGEM
(1) Ecocardiografia e Tomografia
Computadorizada Cardíaca (TCC)
* Ecocardiografia e/ou TCC mostrando vegetação,
perfuração valvar/folheto, aneurisma valvar/folheto, abscesso, pseudoaneurisma
ou fístula intracardíaca.
* Nova regurgitação valvular significativa na ecocardiografia
em comparação com imagens anteriores. A piora ou alteração da regurgitação
pré-existente não é suficiente.
* Nova deiscência parcial da valva protética em comparação
com exames de imagem anteriores
(2) [18F]FDG PET/CT
* Atividade metabólica anormal envolvendo uma válvula nativa
ou protética, enxerto aórtico ascendente (com evidência concomitante de
envolvimento da válvula), eletrodos de dispositivo intracardíaco ou outro
material protético > 3 meses da cirurgia.
C. CRITÉRIOS
CIRÚRGICOS
* Evidência de EI documentada por
inspeção direta durante cirurgia cardíaca sem critérios de imagem maiores e sem
confirmação histológica ou microbiológica subsequente.
CRITÉRIOS DE DUKE DE
ENDOCARDITE INFECCIOSA 2023 (mudanças em negrito)
CRITÉRIOS
MENORES
A. FATORES
PREDISPONENTES
* História prévia de EI
* Prótese valvular, colocada por cirurgia de coração aberto
ou abordagem transcateter
* Reparação anterior da válvula
* Cardiopatia congênita
* Mais do que regurgitação leve ou estenose de qualquer
etiologia
* Dispositivo Cardiovascular Eletrônico Implantável (DCEI)
endovascular (MP, CDI, ressincronizador)
* Cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva
* Uso de drogas injetáveis
B. FEBRE
*Temperatura documentada superior a 38,0 graus centígrados
(100,4 graus Fahrenheit)
C. FENÔMENOS
VASCULARES
* Evidência clínica ou radiológica de embolia arterial,
infarto pulmonar séptico, abscesso cerebral ou esplênico, aneurisma
micótico, hemorragia intracraniana, hemorragia conjuntival, lesões de Janeway,
púrpura purulenta
D. FENÔMENOS
IMUNOLÓGICOS
*Fator reumatóide positivo, nódulos de Osler, manchas de Roth
ou glomerulonefrite mediada por imunocomplexos
E. EVIDÊNCIA
MICROBIOLÓGICA, NÃO ATENDENDO A UM CRITÉRIO MAIOR
* Hemoculturas positivas para um microrganismo consistente
com EI, mas que não atende aos requisitos do Critério Maior.
* Cultura positiva, RCP ou outro teste baseado em ácido
nucléico (amplicon ou sequenciamento metagenômico, hibridização fluorescente in
situ) para um organismo consistente com IE de um local estéril do corpo que não
seja tecido cardíaco, prótese cardíaca ou êmbolo; ou um único achado de uma
bactéria da pele por RCP em uma válvula ou fio sem evidência clínica ou
microbiológica adicional de apoio.
F. CRITÉRIOS DE IMAGEM
* Atividade metabólica anormal detectada por ([18F]FDG PET/CT)
< 3 meses após o implante da válvula
protética, enxerto aórtico ascendente (com evidência concomitante de
envolvimento da válvula), eletrodos de dispositivo intracardíaco ou outro
material protético.
G. CRITÉRIOS DE EXAME
FÍSICO
* Nova regurgitação valvar
identificada na ausculta, se a ecocardiografia não estiver disponível. Piora ou
mudança de sopro pré-existente não é suficiente.
MUDANÇAS NOS CRITÉRIOS DE DUKE - 2023 |
|
CRITÉRIOS PATOLÓGICOS |
Mudanças |
Identificação do
microrganismo |
Microrganismos identificados na amostra apropriada
por técnicas de RCP, “amplicon” ou sequenciamento metagenômico, ou hibridização
fluorescente in situ |
CRITÉRIOS CLÍNICOS MAIORES |
Mudanças |
Microbiológicos |
|
Hemoculturas |
Recomendado, mas não
obrigatório,
caso disponível teste microbiológico alternativo que permita identificar. Hemoculturas
de locais separados de punção venosa são fortemente recomendadas sempre que
possível para avaliar a suspeita de EI, mas não são obrigatórias. |
Definição de microrganismos “típicos” |
Patógenos típicos adicionados: 1) S. lugdunensis; E. faecalis; todos os
estreptococos exceto S. pneumoniae e S. pyogenes; Granulicatella spp.;
Abiotrophia spp.; e Gemella spp. 2) Organismos a serem
considerados patógenos “típicos” de EI no cenário de material protético
intracardíaco: estafilococos coagulase negativa, Corynebacterium striatum; C.
jeikeium, Serratia marcescens, Pseudomonas aeruginosa, Cutibacterium acnes,
micobactérias não tuberculosas e Cândida spp. |
Outros testes microbiológicos |
Adicionados novos Critérios Maiores para patógenos não isolados por
culturas convencionais: 1) RCP ou amplicon/sequenciamento metagenômico
identifica C. burnetii, Bartonella sp. ou T. whipplei no sangue; 2) IFA > 1:800 para anticorpos IgG identifica B. henselae ou B. quintana. |
IMAGEM |
|
Ecocardiografia |
Semelhante às versões anteriores. Pedra angular do critério de imagem. |
Tomografia Cardiaca
Computadorizada (TCC) |
Adicionado novo Critério Maior. Achados equivalentes à ecocardiografia. |
[18F]FDG
PET/CT |
Adicionado novo Critério Maior.
Achados para válvula nativa,
dispositivo cardíaco ou válvula protética > 3 meses após cirurgia cardíaca,
são equivalentes à ecocardiografia. |
CIRÚRGICO |
Adicionado novo Critério Maior. A inspeção intraoperatória
constitui Critério Maior na ausência de Critério Maior por imagem cardíaca ou
histopatologia. |
CRITÉRIOS CLÍNICOS MENORES |
|
Fatores Predisponentes |
Adicionado implante/reparação
de válvula transcateter, endovascular, DCEI e diagnóstico prévio de EI. |
Febre |
Sem
mudança |
Fenômenos vasculares |
Adicionado abscesso cerebral e esplênico |
Fenômenos Imunológicos |
Adicionada definição de glomerulonefrite
mediada por Imunocomplexos. |
Microbiológicos |
Adicionado RCP, Amplicon, sequenciamento
metagenômico para identificar microrganismo típico |
Imagem |
Adicionada evidência por PET/CT em <3
meses após implante de Válvula protética. |
Exame físico |
Ausculta de sopro regurgitante novo quando
ecocardiografia não for viável. |
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