“KETOFOL” E “KETODEX”:
OPCÕES FUTURAS NA UTI?
*Dr. Alejandro Enrique Barba Rodas. Médico Intensivista. Coordenador da Unidade Coronariana da Santa Casa de São Jose dos Campos.
INTRODUÇÃO
Na Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) comumente nos deparamos com a necessidade do uso de drogas analgésicas e
sedativas para realizar procedimentos de curta duração (intubação endotraqueal,
cardioversão elétrica sincronizada, endoscopia digestiva, broncoscopia, etc) ou
de longa duração (analgesia e sedação continua).
A intubação endotraqueal (IOT) é
um procedimento de salvamento que é realizado em várias situações dentro do
hospital ou até mesmo no campo pré-hospitalar. Entretanto, pode resultar em
complicações hemodinâmicas graves, como hipotensão pós-intubação (HPI) e parada
cardíaca (PCR). Existem várias definições descrevendo a HPI na literatura. Uma
definição clinicamente relevante descreve-a como uma diminuição na pressão
arterial sistólica (PAS) para ≤ 90 mmHg, uma diminuição na PAS de ≥ 20% desde o
início, uma diminuição na pressão arterial média (PAM) ≤ 65 mmHg, ou a
necessidade de usar de vasopressores dentro dos 30 minutos após a intubação[1]. Embora todas as definições de PIH concordem com o conceito de redução da
pressão arterial após a intubação, elas podem discordar da expressão do
declínio ou da sua duração após a intubação.
As causas e mecanismos da HPI são
provavelmente multifatoriais, dentre as quais se destacam a perda abrupta de
tônus adrenérgico devido a drogas sedativas ou às drogas paralisantes que
diminuem a resistência vascular; drogas que provocam bradicardia; aumento da
pressão intratorácica devido à ventilação com pressão positiva, que afeta
negativamente o retorno venoso ao coração (pré-carga); efeitos colaterais
diretos de agentes de indução no sistema cardiovascular e a depleção de volume
preexistente ou acidose grave, que são transitoriamente agravados pela pCO2
durante o período de apneia[2].
Um grande estudo multicêntrico prospectivo
de vigilância avaliou 17.583 intubações de emergência para identificar eventos
adversos peri-entubação. Os eventos adversos mais comuns da intubação
endotraqueal foram hipotensão (1,6%) e parada cardíaca (1,5%)[3].
A PIH ocorre em até um quarto das
intubações de emergência e está associada a alta mortalidade e maior cuidado na
UTI[4]
[5].
A incidência fora da unidade de emergência varia de acordo com o cenário,
características clínicas do paciente e causa da intubação, mas geralmente varia
de 5% a 45% dos pacientes intubados. No entanto, como a hipotensão afeta a
perfusão de órgãos, as evidências confirmam que mesmo um breve episódio de
hipotensão é um fator contribuinte para a mortalidade e a morbidade do paciente[6]
[7]
[8].
Como a PIH é reconhecida como uma
complicação comum com desfechos ruins, é fundamental não apenas identificar os
pacientes suscetíveis, mas minimizar suas possíveis causas.
Como já citado acima, as
medicações usadas durante a intubação têm sido reconhecidas como uma das
causas, dentro do espectro multifatorial. Assim, estudos em adultos vêm sendo
feitos através da combinação de drogas que ajudem a minimizar a ocorrência de
PIH.
KETOFOL (KETAMINA + PROPOFOL)
Procedimento de sedação e
analgesia (PSA) feito principalmente em situações de urgência e emergência
precisa ser feito de forma segura e eficaz. Os objetivos do PSA incluem
fornecer um nível adequado de sedação, minimizando a dor e a ansiedade,
maximizando a amnésia, minimizando o potencial de eventos adversos relacionados
à droga e mantendo um estado cardiovascular e respiratório estável.
Fonte: Bahn EL, Holt KR. Procedural sedation and analgesia: a
review and new concepts. Emerg Med Clin North Am. 2005;23(2):503-‐17.
O agente farmacológico ideal para
o PSA deveria atingir todos esses objetivos, ter um início de ação e
metabolismo rápidos, ser seguro em todas as faixas etárias, ser barato e ser
igualmente eficaz em várias vias de administração. Infelizmente, neste momento
não existe um único agente que possua todas as qualidades mencionadas, de modo
que os médicos devem usar combinações de drogas diferentes para alcançar o
maior número possível de metas desejadas. Uma dessas combinações descritas pela
literatura é a associação em baixas doses de ketamina e propofol (“ketofol”).
A ketamina foi desenvolvida na
década de 1960 como um anestésico mais seguro e previsível do que sua
precursora fenciclidina. É um agente único no PSA, pois é um anestésico
“dissociativo” que funciona bloqueando a comunicação entre as regiões talâmica
e límbica do cérebro, impedindo assim que o cérebro processe estímulos externos[9].
Provoca amnésia e analgesia e preserva o tônus muscular mantendo os reflexos
protetores das vias aéreas e a respiração espontânea[10]
[11].
Apesar de suas vantagens óbvias em relação a outros agentes, alguns médicos
hesitam em usar ketamina isoladamente, devido à sua propensão a causar reações
adversas que incluem efeitos simpaticomiméticos e vômitos quando administrados
em doses sedativas[12]
[13].
O propofol é um sedativo
não-barbitúrico hipnótico desenvolvido na Europa na década de 1970 e foi gradualmente
utilizado por anestesiologistas nos Estados Unidos nas duas décadas seguintes. Seu
uso se espalhou para o Departamento de Emergência (DE) e UTI como parte do
arsenal para PSA. Sua popularidade como agente de PSA está crescendo
rapidamente devido principalmente ao seu perfil farmacocinético favorável, uma
vez que a solubilidade lipídica confere um rápido início e curto tempo de
recuperação[14].
Também tem as vantagens de funcionar como agente antiemético, anticonvulsivante
e amnésico[15].
Embora extremamente eficaz e potente, o uso de propofol é limitado por uma
incidência relativamente alta de hipotensão dose-dependente e depressão
respiratória[16] [17]
[18].
Postula-se que a combinação
desses dois agentes para PSA pode preservar a eficácia da sedação, minimizando
seus respectivos efeitos adversos. Isso se deve em parte ao fato de que muitos
dos potenciais efeitos adversos mencionados anteriormente são dose-dependentes
e, quando usados em combinação simultânea, as doses administradas de cada um
podem ser reduzidas[19].
Além disso, os efeitos cardiovasculares de cada um são opostos em ação,
equilibrando teoricamente uns aos outros quando administrados juntos. Essa
vantagem teórica do ketofol produzindo um perfil hemodinâmico e respiratório
mais estável foi testada e verificada como verdadeira em um grupo de pacientes
saudáveis que receberam anestesia geral[20].
Fonte: https://epmonthly.com/article/rx-pad-could-ketadex-be-the-next-ketofol/
Em 2008 foi publicada uma revisão
da literatura sobre a administração em bolus do ketofol para PSA (cateterismo
cardíaco em crianças, extração de catarata e biopsia de endométrio em adultos,
procedimentos ortopédicos) Embora os estudos revisados foram pequenos, todos
exceto um, concluíram que a combinação de ketamina e propofol em forma de bolus
proporciona sedação segura e eficaz, no departamento de emergência para PSA[21].
Ketofol também sido usado em procedimentos de endoscopia digestiva em adultos,
mostrando menor tempo médio de recuperação que o propofol, melhor estabilidade
hemodinâmica e escores de satisfação, sem quaisquer efeitos colaterais
importantes [22].
Ketofol em infusão continua também sido descrito na literatura, fornecendo
sedação adequada e segura quando usada por curto período de tempo (menos de 24
horas) para pacientes gravemente enfermos nas unidades de terapia intensiva,
com recuperação rápida e sem complicações clinicamente significativas[23].
O estudo de Wang e col. (2012)
investigou as misturas de propofol-ketamina nas proporções de 2: 1; 3: 1 e 4: 1
comparadas com a combinação de propofol e fentanil, bem como com o propofol
isolado. O estudo demonstrou que o ketofol era tão seguro e eficaz quanto a
combinação de propofol e fentanil. As proporções de 2: 1, 3: 1 e 4: 1 foram
muito eficazes para o procedimento. A eficácia da sedação, recuperação e tempo
de descarga nas proporções de 3: 1 e 4: 1 de ketofol se apresentaram
comparáveis. Além disso, a incidência de depressão respiratória e tontura
pós-procedimento na proporção de 4: 1 (40 mg de ketamina e 160 mg de propofol
em seringa de 20 mL) foi relativamente menor do que nas outras proporções de ketofol.
Doses adicionais de propofol no grupo propofol foram também significativamente
maiores[24].
Phillips et al. compararam a combinação
ketamina + propofol com propofol em 28 pacientes submetidos a PSA no serviço de
emergência. As doses intravenosas de ketamina variaram de 0,5 a 1 mg/kg, com
0,75 mg/kg de propofol. As doses intravenosas comparativas de propofol variaram
de 0,5 a 1,5 mg/kg. O desfecho primário foi a adequação da sedação medida pela
escala do índice bispectral (BIS). O grupo ketofol apresentou menor diferença
no BIS entre a linha de base e a meta de sedação. Os resultados de segurança
revelaram uma redução significativamente menor da pressão arterial no grupo
ketofol. Nenhum dos grupos apresentou depressão respiratória ou diferença
significativa no tempo de sedação[25].
Mais recentemente em janeiro de
2019, foi publicada uma revisão sistemática com metanálise para avaliar o uso
de ketofol na unidade de emergência. Foi realizada uma pesquisa nos bancos de
dados do PubMed, Scopus, ProQuest, Medline (Ovíd) de 1990 a agosto de 2017
selecionando ensaios clínicos randomizados (ECR) abrangendo uma população do
estudo com idade ≥18 que foi admitida na emergência. O número total de
indivíduos foi 1250, dos quais 635 foram tratados com propofol e 615 foram
tratados com ketofol. Apesar de dois dos cinco estudos demonstrarem melhor
qualidade de sedação com ketofol, os outros três não encontraram diferença
significativa entre o propofol e o ketofol. Entretanto, o estudo encontrou uma
menor incidência de efeitos adversos respiratórios no grupo ketofol do que no
grupo propofol. Com relação à proporção das drogas na mistura, os estudos
mostraram indivíduos que receberam doses na proporção de 1:1 a 1:4
(ketamina-propofol) não sendo encontrada diferença significativa no tempo de
sedação, satisfação do paciente e efeitos adversos. Assim, houve doses
descritas de 0.75mg/kg-0.75mg/kg; 1mg/kg-1mg/kg; 1,3mg/kg-1.3mg/kg;
0.5mg/kg-1.5mg/kg. A revisão sistemática e metanálise conclui que a mistura de ketamina/propofol
(ketofol) tem menos efeitos adversos respiratórios do que o propofol isolado quando
usada na sedação de procedimento na unidade de emergência[26].
Especificamente para intubação
endotraqueal, existem estudos que avaliaram a eficácia do uso do ketofol na
redução do risco de HPI. Em 2015, uma revisão de series de casos concluiu a combinação
ketofol foi associada a sedação adequada e estabilidade hemodinâmica por até 15
minutos após a intubação[27].
Mais recentemente (16/07/2019) foram publicados os resultados do PACE Trial. O
objetivo foi determinar se uma mistura de ketamina e propofol para intubação
endotraqueal de emergência em pacientes críticos era superior ao etomidato. O endpoint
primário foi a alteração na pressão arterial média desde o início até 5
minutos após a administração do fármaco. Trata-se de um ensaio clínico de
superioridade em grupo, de pacientes da emergência, estratificado, com
múltiplas unidades, randomizado, conduzido em um centro médico acadêmico
terciário. Os pacientes adultos/cirúrgicos/ de transplante/unidade de terapia
intensiva oncológica submetidos à intubação de emergência foram aleatoriamente
distribuídos para receber ou uma mistura de doses baixas de ketamina/propofol
[0,5 mg/kg de ketamina e propofol cada] ou dose reduzida de etomidato [0,15
mg/kg] para intubação de emergência. 160 participantes foram randomizados e 152
(79 de ketamina/propofol, 73 de etomidato) foram incluídos na análise. Não
houve diferença estatisticamente significativa na alteração da pressão arterial
média desde o início até 5 minutos após a administração do fármaco [diferença
de tratamento (PAM com mistura de ketamina/propofol – PAM com etomidato): -2,1
mmHg; IC 95% (-6,9 mmHg, +2,7 mmHg); P = 0,385]. Além disso, nenhuma diferença
estatisticamente significativa foi demonstrada na alteração da pressão arterial
média em relação aos valores basais aos 10 e 15 minutos após a administração da
droga, sem diferença estatística no uso de agentes vasoativos de início recente
ou dificuldade de intubação entre os grupos. Mais pacientes no grupo do
etomidato necessitaram de transfusões de series não-vermelhas [16 (22%) vs. 8
(10%), P = 0,046]. Para pacientes que realizaram teste da adrenal, mais
pacientes no grupo etomidato desenvolveram insuficiência adrenal imediata
[13/16 (81%) vs. 5/13 (38%), P = 0,027]. Eventos adversos graves foram raros, 2
(3%) [parada cardíaca, hipotensão] na mistura ketamina/propofol e 4 (5%) [hipertensão,
hipotensão] com etomidato (P = 0,430). O PACE Trial conclui que em uma
população heterogênea de paciente críticos, a mistura de ketamina/propofol não
foi superior a uma dose reduzida de etomidato na preservação da hemodinâmica
por intubação, mas parece ser um agente de indução alternativo seguro em
pacientes críticos[28].
A ketamina (ou cetamina) vem geralmente
em fr.-ampola de 10 mL contendo 50mg/ml de cloridrato de cetamina. O propofol
vem em ampolas de 10mg/ml.
Para administração em bolus, sando
a proporção para uma mistura de ketofol de 1:1, aspira-se numa seringa de 20ml,
8ml de SF 0.9% e logo 2ml de ketamina (100mg). A seguir, aspira-se 10ml de
propofol (100mg) obtendo-se uma solução de 20ml de ketofol contendo 5mg/ml de
cada droga. Usando 1mg/kg para um paciente de 70kg teria que se usar 70mg o que
corresponderia a 14ml de propofol (5mg/ml). Caso deseje-se usar 0.5mg/kg
administra-se 7ml da solução de ketofol[29].
KETADEX OU KETODEX (KETAMINA +
DEXMEDETOMIDINA)
A dexmedetomidina é um agonista
adrenérgico alfa-2 central altamente seletivo que liga todos os três subtipos
(A, B e C) dos receptores alfa-2 adrenérgicos no cérebro. É semelhante à
clonidina, mas 8 a 10 vezes mais específica para o receptor alfa-2 central. A
dexmedetomidina induz a sedação agindo no locus ceruleus, aumentando assim a
atividade dos neurônios GABA inibitórios no SNC. Sua seletividade para os
receptores do SNC lhe permite sedação moderada que espelha a fase não-REM do
sono natural, sem depressão respiratória excessiva ou vasodilatação. Tem efeito
amnésico mínimo em comparação com alguns outros sedativos. A dexmedetomidina
foi inicialmente aprovada pela FDA em 1999 como um sedativo de curto prazo para
pacientes criticamente doentes, ventilados mecanicamente. Tem sido amplamente
utilizado e estudada nas áreas de anestesia e cuidados intensivos para uma
variedade de indicações incluindo: sedação e analgesia contínuas, prevenção e
controle de delirium em UTI, síndromes de abstinência de álcool e drogas,
atenuação dos efeitos cardiovasculares da intoxicação por estimulantes agudos
anestesia neuroaxial e regional, e para melhorar a sincronia do ventilador na
intubação acordada[30]
[31]
[32].
A monoterapia com dexmedetomidina
pode não ser ideal para a sedação durante o procedimento devido ao tempo de
recuperação tardio, e por possuir analgesia e amnésia limitadas. Há um
interesse crescente na combinação de dexmedetomidina com ketamina, às vezes
chamada de “ketadex” ou “ketodex”. Tanto a experiência anedótica quanto alguns
estudos piloto demonstram a utilidade e a justificativa da terapia combinada.
Quando usada em combinação, a dexmedetomidina pode limitar a taquicardia, a
hipertensão, a sialorréia e os efeitos colaterais dissociativos associados à Ketamina[33]
[34]
[35]
[36].
O início rápido da ketamina permite uma sedação rápida, enquanto a estimulação
do aumento do fluxo do sistema nervoso simpático evita a bradicardia e a
hipotensão relatadas com a dexmedetomidina[37].
A literatura sobre a combinação de dexmedetomidina e ketamina é limitada, mas
promissora. Um recente estudo piloto sugerem que a combinação de Ketamina e
dexmedetomidina para o PSA adulto no departamento de emergência é uma
alternativa segura e eficaz a outros agentes atualmente disponíveis para o PSA,
apresentando uma baixa incidência de efeitos adversos respiratórios e um perfil
de segurança que se aplica a uma população com risco aumentado para esses
eventos[38].
Estudo recente mostrou a utilidade do ketodex para sedação de paciente
submetidos a exame de ressonância magnética. A eficácia da sedação com ketodex
mostrou menor tempo de varredura e menor ocorrência de complicações comparadas
ao midazolam[39].
Usualmente dexmedetomidina
(ampolas de 2ml com 100mcg/ml) é usada numa dose de ataque de 1 mcg/kg ao longo
de 10 minutos, seguida por uma infusão de 0,2-0,7mcg/kg/h para sedação
contínua. Quando combinado com ketamina, o esquema mais comum é um bolus de 1
mg/kg de ketamina + 1mcg/kg em bolus de dexmedetomidina. Estes podem ser
combinados em 100 mL de solução salina normal e administrados durante 10
minutos. Se sedação adicional for necessária, uma infusão de dexmedetomidina a
1 mcg/kg/h e bolus de 0,25-0,5 mg/kg de ketamina intermitente podem ser
administrada conforme necessário a cada 10-15 minutos até que o procedimento
esteja completo. A reação adversa mais comumente relatada com a dexmedetomidina
intravenosa é bradicardia e hipotensão. Esses efeitos podem ser
dose-dependentes ou cumulativos quando o medicamento é usado em conjunto com
outros sedativos que compartilham esses efeitos adversos. Diversos estudos e
relatos de casos mostraram que a infusão contínua e em bolus nas doses
descritas acima é segura e eficaz, com potencial mínimo de efeitos adversos. O
uso deve ser evitado em pacientes em uso de betabloqueadores e naqueles com
disfunção hepática significativa[40].
Entretanto, recentemente em
janeiro de 2019 no Society of Critical Care Medicine’s 2019 Critical Care
Congress (48th Critical Care Congress) foi apresentado um estudo australiano
mostrando que pacientes que recebem doses analgésicas de ketamina seguidas de
dexmedetomidina (combinação não simultânea) devem ser cuidadosamente monitorizados
antes e imediatamente após alta hospitalar por causa de potenciais efeitos
neurocognitivos comportamentais decorrentes da combinação dessas drogas.
Segundo esse estudo nas doses analgésicas necessárias para o alívio da dor, a ketamina
administrada em combinação com dexmedetomidina prejudica o pensamento, o
comportamento e a memória. Estes efeitos ocorreriam tanto durante o período de
tratamento em que as drogas estão sendo administradas e até duas horas após o
tratamento. O estudo avaliou os efeitos neurocognitivos da ketamina isolada e
em combinação com dexmedetomidina ou fentanil em 39 pacientes. Os pacientes
receberam um bolus de ketamina de 0,3 mg/kg, seguido por uma infusão de ketamina
de 0,15 mg/kg por hora durante três horas. Uma hora e 30 minutos após receberem
a dose de ketamina, 19 pacientes receberam infusão de dexmedetomidina de 0,7
mcg/kg por hora e 20 receberam três injeções de 25 mcg de fentanil por 1,5
horas. Pacientes que receberam apenas ketamina tiveram sua velocidade
psicomotora significativamente reduzida, bem como a precisão das respostas às
duas perguntas simples e complexas. Além disso, a recordação e a memória de
reconhecimento também foram prejudicadas, mas a ketamina não alterou as funções
executivas. Após a administração concomitante de dexmedetomidina, os efeitos negativos
de desempenho pioraram e os déficits de memória foram persistentes no
pós-tratamento (p <0,0001). Em contraste, aqueles que usaram fentanil tiveram
apenas um modesto déficit agudo na precisão psicomotora e velocidade (p<0,05).
Portanto, na comparação de grupos na co-administração de medicamentos revelou
déficits neurocognitivos comparativamente maiores na associação
ketamina-dexmedetomidina (p<0.05) caraterizados por acentuado prejuízo nas
habilidades relacionadas à velocidade psicomotora, atenção, inibição da
resposta, flexibilidade cognitiva, processamento mental e memória, sugerindo
assim um efeito sinérgico da dexmedetomidina sobre os efeitos neurocognitivos
produzidos pela ketamina quando usadas em doses analgésicas[41].
CONCLUSÃO:
Muito embora o uso de combinações
de drogas como ketamina + propofol (ketofol) e ketamina + dexmedetomidina (ketodex)
seja uma prática muito frequente no campo da anestesia e nos procedimentos de
sedação e analgesia nas unidades de emergência, ainda existe pouca evidência
acerca da sua segurança e eficácia em pacientes das unidades de terapia
intensiva. Embora seja um campo promissor, há necessidade de se aguardar maiores
estudos que contemplem pacientes internados na UTI.
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Critical Care Congress (48th Critical Care Congress – Abstract 100)
Hola; creo que su calculo del ketofol, esta mal calculado, creo que con esa preparacon cada ml de ketofol , tiene 10mg de ketofol, pro lo que a o.5mg para una persona de 70 kg se debería administrar 3.5cc y a una dosis de 1mg/kg de debería dar 7 cc
ResponderExcluir1cc: de ketofol: 10mg de ketofol.