MANIFESTAÇÕES ATÍPICAS DA COVID 19:
MOTIVO DE PREOCUPAÇÃO?
Elaborado por: Dr. Alejandro Enrique Barba Rodas. Médico Coordenador da Unidade Coronariana da Santa Casa de São Jose dos Campos.
Um dos grandes problemas desta
pandemia é a subnotificação diante da falta de testagem à população geral assintomática
ou nos casos sintomáticos leves.
Conforme consta na versão em
vigor (3ª versão) das DIRETRIZES PARA DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA COVID-19
do Ministério da Saúde (17.04.2020), são considerados CASOS SUSPEITOS DE
DOENÇA PELO CORONAVÍRUS (COVID-2019) aqueles que cumpram as seguintes Definições[1]:
DEFINIÇÃO 1 – SÍNDROME GRIPAL
(SG)
Indivíduo com quadro respiratório
agudo, caracterizado por sensação febril ou febre*, mesmo que relatada,
acompanhada de tosse OU dor de garganta OU coriza OU dificuldade
respiratória.
*Na suspeita de COVID-19, a febre
pode não estar presente.
EM CRIANÇAS: considera-se
também obstrução nasal, na ausência de outro diagnóstico específico.
EM IDOSOS: a febre pode
estar ausente. Deve-se considerar também critérios específicos de agravamento
como síncope, confusão mental, sonolência excessiva, irritabilidade
e inapetência.
DEFINIÇÃO 2 – SÍNDROME
RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SRAG)
Síndrome Gripal que apresente: dispneia/desconforto
respiratório OU pressão persistente no tórax OU saturação de O2
menor que 95% em ar ambiente OU coloração azulada dos lábios ou rosto.
EM CRIANÇAS: além dos
itens anteriores, observar os batimentos de asa de nariz, cianose,
tiragem intercostal, desidratação e inapetência.
Conforme a ORGANIZAÇÃO MUNDIAL
DA SAÚDE (OMS), a COVID-19 afeta pessoas diferentes de maneiras diferentes.
Os Sintomas referidos são[2]:
1. Sintomas mais comuns:
·
febre.
·
tosse seca.
·
cansaço.
2. Sintomas menos comuns:
·
dores físicas gerais e diversas
·
dor de garganta.
·
diarreia.
·
conjuntivite.
·
cefaleia.
·
perda de paladar (ageusia) ou olfato (anosmia).
·
erupção cutânea na pele ou descoloração dos
dedos das mãos ou dos pés.
3. Sintomas graves:
·
dificuldade em respirar ou falta de ar.
·
dor ou pressão no peito.
·
perda da fala ou do movimento.
Por seu lado o CENTRO AMERICANO
DE CONTROLE DE DOENÇAS (CDC), identifica 9 sintomas principais associados
ao COVID -19:
·
febre
·
tosse
·
falta de ar ou dificuldade para respirar
·
calafrios
·
agitação frequente, com calafrios
·
dor muscular
·
dor de cabeça
·
dor de garganta
·
perda de paladar ou olfato
As doenças causadas por
coronavírus, rinovírus e alérgenos têm sintomas que se sobrepõem, mas existem
diferenças entre cada um que ajudam a distinguir a gripe do COVID-19, a
Influenza, o resfriado comum e a alergia sazonal (VIDE Tabela abaixo)[3]:
TABELA COMPARATIVA
DAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
|
COVID -19
|
INFLUENZA
|
RESFRIADO COMUM
|
ALERGIA SAZONAL
|
Coceira
no olho/lacrimejamento
|
incomum/não
|
incomum/não
|
comum
|
comum
|
Espirro
|
incomum/não
|
comum
|
comum
|
comum
|
Dor
no estômago
|
incomum/não
|
alguns
casos
|
alguns
casos
|
alguns
casos
|
Vômitos
|
incomum/não
|
alguns
casos
|
incomum/não
|
incomum/não
|
calafrios
|
alguns
casos
|
comum
|
incomum/não
|
incomum/não
|
Ageusia
ou anosmia
|
alguns
casos
|
alguns
casos
|
alguns
casos
|
alguns
casos
|
Dores
gerais e diversas
|
alguns
casos
|
comum
|
alguns
casos
|
incomum/não
|
Diarreia
|
alguns
casos
|
alguns
casos
|
incomum/não
|
incomum/não
|
Dor
de garganta
|
alguns
casos
|
comum
|
comum
|
incomum/não
|
Congestão
nasal ou coriza
|
alguns
casos
|
comum
|
comum
|
comum
|
Cefaleia
|
alguns
casos
|
comum
|
alguns
casos
|
incomum/não
|
Tosse
|
comum
(seca)
|
comum
(seca)
|
comum
|
comum
|
Como visto, o diagnóstico de
casos suspeito é feito essencialmente pela presença de SINTOMAS
RESPIRATÓRIOS (tosse, coriza, espirros, dor de garganta, congestão nasal e
dispneia). Entretanto, cada vez mais são reportadas manifestações atípicas
associadas a COVID-19, que pioram ainda mais o número de casos de
subnotificação, toda vez que queixas digestivas, oftalmológicas, cardiológicas
ou dermatológicas são muito frequentes no atendimento de porta de pronto
socorros e pronto atendimentos e, certamente boa parte delas podem estar sendo formas
atípicas de apresentação inicial ou precoce da COVID 19.
1. SINTOMAS DIGESTIVOS: VÔMITOS,
DIARREIA E DOR ABDOMINAL
Náuseas, vômitos, diarreia e dor
abdominal, são sintomas motivos de consulta muito frequentes nas unidades de
pronto-socorro e pronto-atendimento, geralmente diagnosticadas como casos de “dispepsia”,
“indigestão” “virose” ou “GECA (gastro-entero-colite aguda)”. Estes pacientes
costumam receber nessas unidades, hidratação endovenosa, sintomáticos (analgésicos,
antiespasmódicos e antieméticos) e, a seguir, liberados com receita para medicação
ambulatorial/domiciliar.
Durante a pandemia do COVID 19,
tem sido reportados casos de quadros digestivos de náuseas, vômitos, diarreia e
dor abdominal sem outras manifestações, principalmente respiratórias (sem
febre, sem tosse, sem dispneia e sem dor no peito), que evoluíram posteriormente
com pneumonia (suspeitada apenas pela ausculta pulmonar e posterior exame de
imagem) e testaram positivo para SARS-Cov-2. Estudos revelam que até 30% dos
pacientes com Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS) e 10,6% dos
pacientes com SARS tinham diarreia. Foi comprovado que MERS coronavírus
sobrevive no suco gastrointestinal e tem a capacidade de infectar o intestino. Hui
e Zumla sugeriram que o SARS-CoV pode se transmitir por via fecal-oral.
Finalmente, destacam-se a possibilidade do sistema gastrointestinal como uma
via potencial de invasão e transmissão de SARS-CoV-2[4].
Um estudo publicado no American
Journal of Gastroenterology examinou 206 pacientes com casos leves de
COVID-19. Eles descobriram que 48 pessoas apresentavam apenas sintomas
digestivos e outras 69 apresentavam sintomas digestivos e respiratórios. Do
total combinado de 117 pessoas com manifestações digestivas, 19,4% manifestaram
diarreia como seu primeiro sintoma. Os sintomas digestivos do COVID-19
provavelmente ocorrem porque o vírus entra nas células alvo através do receptor
da Enzima Conversora de Angiotensina 2 (ECA 2) encontrado na parte superior e
inferior trato gastrointestinal, onde se expressa em níveis quase 100 vezes mais
elevados do que no sistema respiratório. Além disso, o vírus é detectado nas
fezes em mais da metade dos pacientes infectados com COVID-19 e quase um quarto
de amostras de fezes são positivas quando as amostras respiratórias são
negativas. O curso mais longo da doença em pacientes com sintomas digestivos
pode refletir uma maior carga viral nesses pacientes em comparação àqueles com
apenas sintomas respiratórios. Como a parede intestinal é invadida pelo
COVID-19, pode haver aumento da permeabilidade e diminuição da função da
barreira, invasão mais fácil de patógenos em uma vasta área de superfície
intestinal, presença de sintomas entéricos como diarreia e má absorção de
nutrientes. Evidências recentes revelam que o ácido nucleico fecal é
prontamente detectado nas fezes de pacientes com COVID-19 e as amostras retais
também são positivas em alguns pacientes[5].
O estudo de Yuan Tian e col.,
descobriu que o vômito é mais comum em crianças com COVID-19 do que em adultos.
Os pesquisadores analisaram todos os estudos clínicos do COVID-19 e relatos de
casos relacionados a problemas digestivos publicados entre dezembro de 2019 e
fevereiro de 2020. Eles descobriram que 3,6 a 15,9% dos adultos experimentaram
vômitos, em comparação com 6,5 a 66,7% das crianças. Muitas pessoas que
desenvolvem COVID-19 relataram perda de apetite, muitas vezes ao lado de outros
sintomas gastrointestinais. Vários
outros sintomas digestivos foram relatados por pessoas com COVID-19: 1 a 29,4%
das pessoas experimentaram náuseas, 2,2 a 6% dor abdominal e 4 a 13,7%
sangramento gastrointestinal[6].
2. SINTOMAS DERMATOLÓGICOS
Várias publicações de reportes de
casos têm associado manifestações dermatológicas à infecção pelo SARS-Cov-2. No
reporte publicado por Sebastião Recalcati em 26 de março de 2020, de um
grupo de 88 pacientes de uma enfermaria italiana, 18 pacientes (20,4%)
desenvolveram manifestações cutâneas. 8 pacientes desenvolveram envolvimento
cutâneo no início e 10 após a hospitalização. As manifestações cutâneas foram
erupção cutânea eritematosa (14 pacientes), urticária generalizada (3
pacientes) e vesículas do tipo varicela (1 paciente). O tronco era a principal
região envolvida. Prurido foi achado pouco frequente ou ausente e geralmente as
lesões desapareceram em poucos dias. Aparentemente, não houve correlação com gravidade
da doença[7]. Outros
relatos de casos descrevem uma erupção cutânea confundida com Dengue[8],
acro-isquemia em crianças[9] e em
pacientes críticos[10],
placas nos calcanhares[11] e
urticária[12] [13].
A maioria destes relatos carecem de imagens clínicas devido a questões de
segurança[14] e
descrevem poucos pacientes no hospital.
Recente pesquisa de C. Galván Casas, et.al., publicada no British
Journal of Dermatology, classificou as manifestações cutâneas em cinco
grupos de lesões comuns na COVID-19. Através da Academia Espanhola de
Dermatologia, todos os dermatologistas espanhóis foram convidados a contribuir.
Todos os pacientes com erupção cutânea inexplicável nas últimas duas semanas e
com suspeita ou confirmação de COVID-19, usando as definições do Centro Europeu
de Controle de Doenças, foram incluídos. Foram inicialmente coletados 429 casos,
entre os dias 3 a 16 de abril de 2019, durante o auge da epidemia na Espanha. Cinco
casos foram excluídos por serem compatíveis com outro diagnóstico (3 herpes
zoster e 2 psoríases). 31 pacientes com lesões cutâneas foram excluídos por não
atenderem à definição de COVID-19 e 18 confirmados ou suspeitos por falta de
informações. O número total de pacientes na amostra final foi de 375. A taxa de
mortalidade de casos na amostra foi de 1,9%. Um questionário padronizado foi
utilizado e as fotos foram tiradas na maioria dos casos. As 120 imagens
iniciais foram revisadas por quatro dermatologistas, sem conhecer nenhuma outra
informação clínica, e foi alcançado um consenso sobre os padrões do efeito
COVID-19 na pele. Esses padrões foram aplicados ao restante das imagens e refinados[15].
Os 5 Grupos descritos foram:
1. Áreas acrais de eritema e edema
com algumas vesículas ou pústulas (pseudo-frieiras) (19% dos casos).
Essas lesões, que afetam as mãos
e os pés, podem se assemelhar a “frieiras” (pequenos inchaços na pele) com
pequenas manchas vermelhas ou roxas, causadas por sangramento na pele. Eles
eram geralmente assimétricos. Foi observado em pacientes mais jovens, mais tardiamente
no curso da doença COVID-19, com duração média de 12,7 dias, e foram associados
a doenças menos graves (em termos de internação hospitalar, pneumonia, internação
em unidade de terapia intensiva ou mortalidade). Eles podem causar dor (32%) ou
coceira (30%).
Outros reportes já haviam sinalizado
possível associação entre lesões dérmicas nos dedos dos pés denominando-as de “dedos
e pé do COVID” ou “dedos COVID” (COVID Toes) pode estar acontecendo em resposta
à inflamação, talvez causada como parte da resposta ao vírus COVID-19[16].
Os "dedos COVID" foram
descritos pela primeira vez na China e depois na Europa por uma rede de dermatologistas
da Itália, Espanha, Bélgica e França. Esses casos geralmente afetam crianças e
adultos jovens, manifestando-se como pápulas e placas eritematosas e violáceas,
afetando principalmente os dedos dos pés e imitando frieiras (pernio
idiopático). A “frieira clássica” induzida pelo frio é uma condição benigna e
autolimitada, caracterizada por eritema acral dos dedos dos pés com inchaço.
Por outro lado, “pseudo-frieiras” (dedos COVID) geralmente ocorrem em climas
mais quentes, tendem a ser mais graves e sintomáticas (prurido, queimação,
dor), têm mais probabilidade de ulcerar e levam mais tempo para serem
resolvidas. As primeiras séries de casos que descreviam "apresentações de
acroisquemia" incluíam cianose dos dedos das mãos e dos pés, bolhas de
pele e gangrena seca. Esta série de casos chineses analisou sete pacientes
gravemente doentes com pneumonia por COVID-19, diagnosticados e tratados em
Wuhan no início de fevereiro. Além de apresentar febre, tosse e dispneia, todos
os pacientes desenvolveram cianose dos dedos das mãos e dos pés que evoluiu
para bolhas, ulceração da pele e necrose. Todos esses indivíduos também tinham
evidências de um estado hipercoagulável com dímeros-D elevados e produtos de
degradação de fibrinogênio e tempos prolongados de protrombina. Apesar do
tratamento com heparina de baixo peso molecular, esses pacientes tiveram um
prognóstico ruim; cinco morreram com tempo medio desde o início da acroisquemia
até a morte de 12 dias. Por outro lado, os casos relatados de pseudo-frieira
que saem da Europa, Oriente Médio e Estados Unidos se encaixam mais no padrão
benigno descrito por pesquisadores na Espanha. Um artigo recente descreveu um
caso envolvendo um homem de 23 anos. Apresentou súbitas "placas violáceas,
infiltradas e dolorosas nos dedos dos pés e na lateral dos pés",
precedidas de febre e tosse seca. Este paciente não apresentava história prévia
de frieira, fenômeno de Raynaud ou doença vascular do colágeno. Um swab
nasofaríngeo testou PCR positivo para SARS-CoV-2, e os estudos de coagulação
foram normais sem dímero-D. A histopatologia foi semelhante à do pernio
idiopático, mostrando vasculite linfocítica de pequenos vasos com níveis
variáveis de edema dérmico papilar e sem trombos intravasculares. Curiosamente,
a maioria dos pacientes jovens com pseudo-frieiras parece seguir esse curso
benigno, muitas vezes permanecendo assintomáticos. Além da incerteza, alguns
com características clínicas e uma história altamente sugestiva de
pseudo-frieiras relacionadas ao COVID testaram SARS-CoV-2-negativo por PCR e/ou
sorologias. Apesar de estar chamando muito a atenção, a fisiopatologia por trás
dessa estranha manifestação permanece misteriosa. Alguns questionam se essa é
uma verdadeira manifestação do COVID ou apenas um epifenômeno - os chamados "dedos
da quarentena" - trazidos por mais pessoas andando descalças durante a
quarentena e uma primavera incomumente fria em partes dos Estados Unidos. Alguns
casos podem de fato ser um período idiopático, que é mais provável que seja
relatado devido ao viés de detecção, dada a grande quantidade de cobertura
recente da mídia sobre esse achado. Nem o viés de detecção nem uma primavera
fria nos Estados Unidos podem explicar o fato de que os casos estão ocorrendo
em climas quentes em indivíduos com swabs ou sorologias virais positivas para
SARS-CoV-2. O pernio associado ao COVID é tratado com os mesmos medicamentos
usados para o pernio idiopático. Isso inclui corticosteróides de alta
potência, aspirina, bloqueadores tópicos dos canais de cálcio, como nifedipina
e pasta de nitroglicerina. Todos esses usos são off-label. As decisões
em pacientes com manifestações cutâneas relacionadas ao COVID, além de outros
sintomas característicos (por exemplo, tosse, febre, falta de ar, anosmia,
perda do paladar) ou exposição conhecida ao COVID, são fáceis. Eles devem ser
testados por swab nasofaríngeo e sorologias[17].
2. Erupções vesiculares, tipo “catapora”
(9%).
Erupções vesiculares são agrupamento
de pequenas bolhas, algumas delas apresentadas no tronco. Elas também podem
afetar os membros, podem estar cheias de sangue e tornar-se maiores ou mais
espalhadas. Foram vistas em pacientes de meia idade, com duração média de 10,4
dias, apareceram com mais frequência (15%) antes que outros sintomas e foram
associados à gravidade intermediária. Prurido foi comum (68%).
3. Lesões tipo urticárias (19%):
Elas consistem em irritação
cutânea caracterizada por lesões avermelhadas e levemente inchadas, como
vergões, que aparecem na pele e coçam muito. Distribuído principalmente no
tronco ou espalhado pelo corpo. Alguns casos estavam nas palmas das mãos.
Compartilha as caraterísticas das outras maculopapulares.
4. Lesões maculopapulares
(47%).
Maculo-pápulas são pequenas protuberâncias
vermelhas, achatadas e elevadas. Em alguns casos, estas foram distribuídos ao
redor dos folículos capilares, e também houve graus variados de descamação.
Alguns foram descritos como semelhantes à pitiríase rósea , uma condição comum
da pele. Manchas de sangue sob a pele também podem estar presentes, na forma de
manchas / pontos ou em áreas maiores. Foram associadas a duração por um período
mais curto (média de 6,8 dias para urticária e 8,6 para maculopapular),
geralmente aparecia ao mesmo tempo que o restante dos sintomas e estava
associado a doença mais grave de COVID-19 (mortalidade de 2% na amostra). O
prurido foi muito comum nas lesões urticariformes (92%) que nas maculopapulares (57%).
5. Livedo ou necrose (6%).
Livedo é uma condição da pele em
que a circulação nos vasos sanguíneos da pele é prejudicada. Isso faz com que a
pele tenha uma aparência vermelha ou azul manchada com um padrão rediforme (em
forma de rede). Necrose refere-se à morte prematura do tecido da pele. Esses
pacientes apresentaram diferentes graus de lesões sugerindo doença vascular
oclusiva, onde ocorre um estreitamento ou bloqueio de artérias, limitando o
fluxo sanguíneo para certas áreas do corpo (neste caso, o tronco ou as
extremidades). Foi mais vista em pacientes idosos com doença mais grave (10% de
mortalidade). No entanto, as manifestações do COVID-19 nesse grupo foram mais
variáveis, incluindo livedo transitório, com alguns sofrendo COVID-19 que não
exigiram hospitalização.
A gravidade da doença associada
seguiu um gradiente, de doença menos grave na pseudo-frieira para mais
grave em pacientes com apresentações de livedoides, como mostra o
aumento das porcentagens de pneumonia, admissão e necessidade de cuidados
intensivos. Casos mais graves de COVID não foram representados devido a
problemas com a obtenção do consentimento. Os pesquisadores observaram que
algumas das manifestações cutâneas associadas ao COVID-19 são comuns e podem
ter muitas causas, particularmente maculopápulas e lesões de urticária. Como
tal, eles podem não ser particularmente úteis como um auxiliar no diagnóstico.
Lesões livedoides e necróticas, por outro lado, são relativamente incomuns e
aparecem principalmente em pacientes idosos e graves. No entanto, é difícil
dizer se eles são causados diretamente pelo COVID-19 ou simplesmente indicam
complicações.
3. SINTOMAS OCULARES: CONJUNTIVITES
Também conhecida como “olho rosa”,
a conjuntivite pode ocorrer em 1% a 3% das pessoas infectadas, alertou a
Academia Americana de Oftalmologia no mês passado, aconselhando oftalmologistas
a procurar pacientes que se queixavam de “olho rosa” e que também apresentavam
febre e sintomas respiratórios como tosse e falta de ar. Foram encontradas partículas
de vírus na secreção ocular de pacientes positivos para COVID-19, mas o grupo
reconhece que o risco de transmissão é baixo[18].
Dois estudos sugerem que as
infecções por COVID-19 podem causar conjuntivite e que a infecção inicial pode
seguir uma rota ocular.
O primeiro estudo, publicado no The
Journal of Medical Virology, foi um estudo prospectivo de série de casos
intervencionista envolvendo 30 novos pacientes confirmados com pneumonia por
coronavírus (COVID-19) selecionados no First Affiliated Hospital of Zhejiang
University de 26 de janeiro de 2020 a 9 de fevereiro de 2020. Os
investigadores coletaram secreções lacrimais e conjuntivais para teste de RT ‐
PCR duas vezes em todos os pacientes em um intervalo de dois a três dias. Eles
descobriram que a RT ‐ PCR só produziu resultados positivos para o vírus
COVID-19 nas secreções lacrimais e conjuntivais do único paciente da série que
teve conjuntivite. 58 amostras de outros pacientes foram todas negativas. Os
pacientes do estudo incluíram 21 casos comuns e nove casos de pneumonia grave[19].
O segundo estudo, publicado no The
New England Journal of Medicine, indicou que a conjuntivite pode ser um
efeito incomum da infecção viral. Envolveu uma revisão abrangente dos sintomas,
achados clínicos e comorbidades em 1,099 pacientes com Covid-19 hospitalizados
em 552 locais em 30 províncias, regiões autônomas e municípios da China
continental em 29 de janeiro de 2020. Ele mostrou que o congestionamento
conjuntival foi detectado em nove (0,9%) pacientes[20].
A Academia Americana de
Oftalmologia observa que, embora o coronavírus possa causar conjuntivitis em
casos raros (especialistas acreditam que ele se desenvolva em apenas 1% a 3%
das pessoas com a doença), ele não parece ser um sintoma independente do COVID
-19. Assim, só porque alguém tem olhos cor de rosa, isso não significa que eles
estão infectados com coronavírus. No entanto, se estiverem infectados, o vírus
pode se espalhar tocando o fluido dos olhos ou de objetos que o transportam[21].
4. DOENÇA DE KAWASAKY EM
CRIANÇAS
Mais recentemente, médicos no
Reino Unido relataram uma condição inflamatória rara em crianças possivelmente
está ligada ao novo coronavírus. A Sociedade de Terapia Intensiva Pediátrica da
Grã-Bretanha emitiu um alerta para os médicos, observando que houve um aumento
no número de crianças com problemas inflamatórios que requerem tratamento
intensivo. O grupo disse que havia "uma preocupação crescente" de que
uma síndrome relacionada ao COVID-19 estivesse surgindo em crianças ou que uma
doença diferente e não identificada pudesse ser responsável. Os casos também
foram relatados como apresentando características da “síndrome do choque
tóxico ou da doença de Kawasaki”, um distúrbio raro dos vasos sanguíneos.
Apenas algumas crianças tiveram resultado positivo para COVID-19, portanto os
cientistas não têm certeza se esses sintomas raros são causados pelo novo
coronavírus. As autoridades de saúde estimam que houve cerca de 20 casos na
Grã-Bretanha e o NHS Inglaterra disse que está investigando urgentemente os
relatórios. A Associação Espanhola de Pediatria emitiu recentemente um aviso
semelhante ao da Sociedade Italiana de Pediatria. Alguns casos possíveis também
foram relatados na França e na Bélgica. Nos EUA, três crianças - com idade
entre 6 meses e 8 anos - com o coronavírus foram submetidas a tratamento para
casos semelhantes, segundo o Columbia University Medical Center em Nova York,
informou a Reuters. Todos os três tiveram febre e inflamação do coração e do
intestino. Os três casos em Nova York seguem um relatório semelhante na
Universidade de Stanford, envolvendo uma menina de 6 meses na Califórnia que
foi internada no hospital com doença de Kawasaki e depois diagnosticada com
COVID-19[22].
A doença de Kawasaki, também
conhecida como síndrome de Kawasaki, é uma forma de vasculite, uma família de
distúrbios raros caracterizados por inflamação dos vasos sanguíneos do corpo.
Segundo o CDC, os sintomas clínicos da doença de Kawasaki incluem “febre,
erupção cutânea, inchaço das mãos e pés, irritação e vermelhidão do branco dos
olhos, glândulas linfáticas inchadas no pescoço e irritação e inflamação da
boca, lábios e garganta. " De acordo com os Institutos Nacionais de Saúde,
nos EUA e em outros países ocidentais, a doença de Kawasaki ocorre anualmente
em aproximadamente uma em cada 10.000 crianças menores de 5 anos, embora
infecções recentes incluam crianças até 15 anos. De acordo com a Clínica Mayo,
a doença de Kawasaki geralmente é tratável com imunoglobulina e aspirina
intravenosas, e a maioria das crianças se recupera completamente. No entanto,
se não tratada, pode levar a doenças cardíacas ou outras complicações cardíacas
graves que podem ser fatais. Nem a Organização Mundial de Saúde nem os Centros
de Controle e Prevenção de Doenças verificaram uma ligação entre a doença de
Kawasaki e o coronavírus, mas a OMS está "urgentemente" investigando
a possibilidade, assim como as autoridades estaduais em Nova York, onde mais de
70 crianças caíram. doente com o que os médicos chamam de "síndrome
inflamatória pediátrica multissistêmica". Uma criança que os médicos
suspeitam ter a síndrome morreu. No total, quase 100 casos foram confirmados em
seis países desde o início da pandemia de coronavírus. Aqui está tudo o que
sabemos até agora[23].
5. DOENÇA CARDIOVASCULAR/CORONARIANA
PROVOCADA PELA COVID 19
Em alguns pacientes, o coração
pode ser afetado, e isso pode ocorrer em indivíduos com ou sem diagnóstico
cardiovascular prévio. A evidência de lesão miocárdica, definida como um nível
elevado de troponina, é comum entre pacientes hospitalizados com COVID-19, com
causas que incluem cardiomiopatia por estresse, lesão hipóxica, lesão isquêmica
(causada por dano microvascular cardíaco ou doença arterial coronariana
epicárdica) e síndrome de resposta inflamatória sistêmica (tempestade de
citocinas). Uma minoria de pacientes com nível elevado de troponina apresenta
sintomas e sinais sugestivos de síndrome coronariana aguda. Poucos pacientes
hospitalizados com COVID-19 se queixaram de dor no peito na admissão, mas a
verdadeira prevalência e características da dor no peito entre os pacientes com
COVID-19 são desconhecidas[24].
Mais ainda se desconhece se SCA poderia ser uma forma inicial atípica de COVID
19. O diagnóstico de COVID-19 pode ser desafiador em pacientes com apresentação
atípica ou doença cardiovascular preexistente. Os pacientes raramente podem
apresentar inicialmente sintomas cardiovasculares, como palpitações e aperto no
peito, em vez de sintomas respiratórios, mas poderia ser possível[25].
Suman Siddamreddy reportou o caso
de uma mulher afro-americana obesa mórbida, de 61 anos de idade, que se
apresentou no pronto-socorro com queixa principal de dor precordial de uma hora
de duração, com piora progressiva da falta de ar e tosse e algumas dores no
corpo nos últimos dias. Seu histórico médico era compatível para doença
arterial coronariana e antecedente de múltiplas colocações de stents, doença
pulmonar obstrutiva crônica, hipertensão pulmonar, dependência de tabagismo,
diabetes mellitus não controlado, apneia obstrutiva do sono com uso contínuo de
CPAP, acidente vascular cerebral e doença do refluxo gastroesofágico. Negava
febre, dor de garganta e sintomas gastrointestinais. Ela não teve nenhuma
exposição ou contato com pacientes com COVID 19. ECG diagnosticou IAMCSST de
parede inferior. Marcadores de necrose miocárdica restaram positivos e o RX de
tórax compatível com edema agudo de pulmão. Cateterismo de urgência revelou
suboclusão intrastent da ACD, sendo tratada com trombectomia e colocação de
stent intrastent com sucesso (critérios de reperfusão). A paciente foi
transferida para a UTI após a colocação do stent e foi inicialmente tratada com
ventilação a pressão positiva de dois níveis nas vias aéreas (BIPAP) seguida de
intubação devido ao agravamento da hipóxia. Novo Rx mostrou opacidades
bilaterais caraterístico de síndrome do desconforto respiratório agudo (SARA).
Levantada hipótese diagnóstica de COVID 19, foi realizado RT-PCR que restou
positivo. O autor aponta que embora a maioria dos pacientes com infecção por
covid-19 se apresente nos hospitais com sintomas respiratórios primários como febre
e mialgias, deve se estar atentos a pacientes que se apresentam complicações
cardiovasculares agudas, especialmente durante esta pandemia, para minimizar a
exposição aos profissionais de saúde. Para tanto, uma boa história clínica e acurácia
na suspeição poderiam ajudar, mas certamente é recomendável que na época de
pandemia os cuidados de proteção sejam redobrados no atendimento de pacientes
nas emergências[26].
Conforme a Sociedade Europeia de
Cardiologia, surtos de coronavírus precedentes, como síndrome respiratória
aguda grave (SARS) e síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS), foram
associados a uma carga significativa de comorbidades e complicações cariovasculares.
As complicações cardíacas comuns na SARS foram hipotensão, miocardite,
arritmias e doenças cardíacas súbitas. A investigação diagnóstica durante a
infecção por SARS revelou alterações eletrocardiográficas, comprometimento
diastólico subclínico do ventrículo esquerdo (VE) e elevação da troponina. MERS
foi associado a miocardite e IC. A infecção por COVID-19 parece ter
manifestações cardíacas comparáveis. As autópsias de pacientes com infecção por
COVID-19 revelaram infiltração do miocárdio por células inflamatórias
mononucleares intersticiais. As infecções por COVID-19 estão associadas a
níveis aumentados de biomarcadores cardíacos devido a lesão miocárdica. A lesão
miocárdica e os níveis aumentados de biomarcadores estão provavelmente associados
a miocardite e isquemia induzida por infecção. Em um estudo de Shi et al., em
416 pacientes dos quais 57 morreram, lesão cardíaca foi um achado comum
(19,7%). Nos pacientes que morreram, 10,6% apresentavam doença arterial
coronariana (DAC), 4,1% apresentavam IC e 5,3% apresentavam doença
cerebrovascular. Além disso, em modelos ajustados multivariáveis, a lesão
cardíaca foi significativamente e independentemente associada à mortalidade
(razão de risco [HR ]: 4.26). Da mesma forma, em um estudo de Guo et al.,
níveis elevados de troponina T devido a lesão cardíaca foram associados a uma
mortalidade significativamente maior. Esses pacientes eram mais propensos a
serem homens, a serem mais velhos e a ter mais comorbidades, como hipertensão,
doença cardíaca coronariana. As infecções graves por COVID-19 também estão
potencialmente associadas a arritmias cardíacas, pelo menos em parte devido à
miocardite relacionada à infecção. Além das complicações agudas, a infecção por
COVID-19 também pode estar relacionada a um risco CV elevado a longo prazo.
Está bem estabelecido que em pacientes com pneumonia, a hipercoagulabilidade e
a atividade inflamatória sistêmica podem persistir por um longo período. Além
disso, estudos de acompanhamento da epidemia de SARS demonstraram que pacientes
com histórico de infecção por SARS-coronavírus frequentemente apresentavam
hiperlipidemia, anormalidades do sistema CV ou distúrbios do metabolismo da
glicose. No entanto, a SARS foi tratada com pulsos de metilprednisolona, o
que poderia ser a explicação para a perturbação a longo prazo do metabolismo
lipídico, em vez de uma consequência da própria infecção. Naturalmente, os
efeitos a longo prazo de uma infecção por COVID-19 ainda são conhecidos, mas
esses efeitos de uma infecção por SARS-coronavírus justificam a vigilância de
pacientes com infecção por COVID-19 recuperados[27].
6. QUADROS NEUROLÓGICOS
Quadros neurológicos bem definidos
associados à infecção pelo novo coronavírus tem sido relatado. Até agora, os
quadros neurológicos atípicos foram identificados como pouco frequente e
inespecíficos. A série inicial do grupo de Wuhan, na China, relatou desde AVCs
até sintomas constitucionais (mialgia, cefaleia); mas outros quadros têm sido
reportados (encefalite, meningite, Guillain Barre)[28] [29]. Felizmente,
encefalite associada a SARS-CoV-2 é autolimitada. Embora o diagnóstico
definitivo de encefalite viral dependa amplamente do isolamento do vírus, isso
é difícil para o COVID-19, porque a disseminação do SARS-CoV-2 é transitória e
seu título no LCR pode ser extremamente baixo. IgM e IgG anti-SARS-CoV-2 podem
não ser detectáveis nas amostras de LCR. Portanto, a avaliação física e achados
neurológicos é importante para formular um diagnóstico presuntivo. A
característica fisiopatológica da encefalite associada à SARS-CoV-2 não é
totalmente conhecida. Especula-se que a resposta imunológica induzida por
SARS-CoV-2 pode causar lesão inflamatória e edema, levando a alterações do nível
de consciência[30].
CONCLUSÕES
A diversidade de manifestações
atípicas que vem sendo reportadas levanta a preocupação de muitos quadros sindrômicos
digestivos, dermatológicos, oftalmológicos ou neurológicos não graves estejam
mascarando o diagnóstico de COVID 19. Estes casos, por sua forma de apresentação
não graves, geralmente são manejados nas unidades de saúde com medicações para
tratar os sintomas e são dados de alta. Em se tratando de formas leves da
infecção pelo SARS-Cov-2, boa parte evoluirá com a remissão da sintomatologia e
fará parte da subnotificação dos casos de CIVID 19. Outra parte que talvez
evolua para formas graves retornará novamente para atendimento e nesses casos,
se persistirem os sintomas atípicos poderá se levantar sua associação.
Entretanto, quadros atípicos
graves como encefalites, meningites ou de AVC internaram nos hospitais nas
Unidades de Terapia Intensiva. Felizmente suspeitas de meningites/encefalites
terão uma indicação inicial de isolamento respiratório o que fornecerá uma
proteção contra o próprio SARS-Cov-2, caso seja ele o agente causal. Todavia
quadros de AVC ou de outras possíveis formas atípicas iniciais como SCA/IAM, irão
inicialmente para leitos comuns sem medidas de isolamento, podendo representar
fontes de infecção e transmissão para os profissionais de saúde e outros
pacientes internados na mesma unidade.
De fato, se após a realização de
estudos bem conduzidos comprovando uma relação de causalidade e, caso tais
sintomas possam identificar etapas precoces da COVID 19, havendo tratamento farmacológico
precoce também comprovadamente efetivo, é que seu diagnóstico poderá se tornar-se
de relevância. Ainda, caso tais manifestações realmente comprovem associação preditiva
para formas graves para COVUD 19 é que seu diagnóstico diferencial poderá
exigir a realização de teste diagnóstico diante da suspeita. Por ora, diante da
falta de testagem com RT-PCR reservada apenas para casos graves, continuaremos
a ter não apenas uma subnotificação dos casos de infecção em geral, mas também uma
ausência de detecção das manifestações atípicas da COVID 19.
Por outro lado, estando em época
de pandemia com muitos lugares na fase de aceleração descontrolada dever-se-ia
considerar idealmente o uso permanente pelos profissionais de saúde de máscaras
N95 nas unidades de hospitalização e principalmente de terapia intensiva, assim
como proteção de pacientes com máscaras cirúrgicas.
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